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Maio Amarelo, Live dia 18 de maio




Maio Amarelo / Projeto Se Liga no Cinto

Transerp – Agente de Trânsito Delcides Araújo

SBNPed – Dr. Ricardo Santos de Oliveira


1) Agente Araújo: Quais são os principais impactos dos acidentes de trânsito na saúde humana?


Maio Amarelo / Projeto Se Liga no Cinto

Transerp – Agente de Trânsito Delcides Araújo

SBNPed – Dr. Ricardo Santos de Oliveira


1) Agente Araújo: Quais são os principais impactos dos acidentes de trânsito na saúde humana?


Ricardo de Oliveira: Os acidentes de trânsito estão entre as principais causas de morte no mundo, além de serem apontados como um grande problema de saúde pública, podendo deixar sequelas graves com implicações físicas e psicossociais nos envolvidos.


Sem dúvida os acidentes de trânsito podem ser chamados de uma “epidemia” em nosso país!


No Brasil, a cada 60 minutos, em média, pelo menos cinco pessoas morrem vítimas de acidente de trânsito. Os desastres nas ruas e estradas já deixaram mais de 1,6 milhão de feridos nos últimos dez anos, ao custo direto de quase R$ 3 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Os números fazem parte de um levantamento elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).


Num período de seis meses, os acidentes de trânsito tiram cerca de 200 pessoas por dia, do mercado de trabalho.


Os custos relacionados aos acidentes de trânsito são sociais, ambientais, psicológicos, além da alta demanda de leitos hospitalares, das faltas relacionadas ao trabalho, das indenizações e dos gastos materiais que geram.


Entre 2014 e 2015, o Brasil gastou mais de R$ 100 bilhões relacionados a acidentes de trânsito, com despesas médicas, atendimento hospitalar, gastos com o afastamento do envolvido de suas funções laborais, entre outros.


Precisamos ressaltar também que as consequências negativas dos acidentes de trânsito não abrangem somente custos materiais, vão além, envolvendo o psíquico e o social, que muitas vezes não são percebidos de imediato, mas sim após acompanhamentos e observações das vítimas.


Como exposto anteriormente, existem problemas que não são discerníveis à primeira vista: o que pode ocorrer com uma criança que perde seus pais em um acidente de trânsito? Qual o custo social de um indivíduo que ficou deficiente, fato que irá afetar seu ajustamento familiar, social e profissional? São várias as questões que podemos pontuar.


2) Agente Araújo: Como superar as sequelas psicológicas?


Ricardo de Oliveira: Araújo, existem vários estudos sobre os problemas psicológicos relacionados às consequências dos acidentes.


Podemos afirmar que é o lado oculto ou invisível das consequências dos acidentes de transito.


Apontamos a seguir alguns impactos mais significativos: dificuldade das vítimas em retomarem as atividades sociais e profissionais, quadro clínico de transtorno de estresse pós-traumático e do desenvolvimento de fobias, medo e ansiedade em relação ao comportamento de dirigir, entre outros.


O transtorno de estresse pós-traumático é uma síndrome que pode decorrer da exposição a um trauma emocional muito impactante.


É importante que exista um apoio psicológico e, às vezes, psiquiátrico às vítimas. Muitos não buscam apoio. O Poder Público poderia facilitar o acesso aos centros de saúde mental, divulgando informações e promovendo ações nas Unidades Básicas de Saúde e também nos órgãos competentes.


3) Agente Araújo: Quais são os principais casos de sequelas físicas gerados pelos acidentes de trânsito?


Ricardo de Oliveira:


As consequências físicas dos acidentes de trânsito são inúmeras. Podemos citar as fraturas nos membros, principalmente em condutores de motocicleta.


Do ponto de vista neurológico, os traumatismos cranioencefálicos (TCE) e as lesões raquimedulares são muito impactantes no prognóstico dos pacientes.


Em relação à incidência e à prevalência dos acidentes de trânsito, a camada mais acometida é de indivíduos do sexo masculino e jovens, na faixa produtiva.


A ocorrência de TCE num acidente aumenta muito a chance de morte e também de uma sequela permanente, podendo ser física, cognitiva e também emocional.


4) Agente Araújo: Como tratar os traumas das crianças vítimas de acidentes de trânsito?


Ricardo de Oliveira: O traumatismo cranioencefálico é uma das causas mais comuns de trauma na população pediátrica. Estimam-se que 100 crianças percam a vida todos os meses no Brasil, em consequência dos acidentes de trânsito, segundo dados da SBAIT (Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado).


Outras 100 mil hospitalizações por ano são observadas aqui no Brasil. O impacto disto é muito significativo, considerando-se a necessidade de afastamento dos responsáveis do trabalho.


A utilização dos dispositivos de segurança, apropriados para a idade são fundamentais para reduzir este número, além de equipamentos de segurança como o uso do capacete (bicicleta, patins, skate).


Neste aspecto, a SBNPed tem o Projeto “Se liga no cinto!” com o objetivo de conscientização das coordenadoras de escolas, trabalhando estes aspectos com as crianças. Assim, desde cedo a criança poderá absorver a importância dos dispositivos de segurança, sendo um condutor mais consciente no futuro.

Os dispositivos de segurança variam, de acordo com a idade da criança:

bebê conforto - até 1 ano /

cadeirinha – de 1 a 4 anos /

assento de elevação - de 4 a 7 anos /

cinto de segurança - acima de 7 anos)


Em relação ao trauma infantil, podemos ter a lesão primária do cérebro ou secundária. O dano primário ao cérebro pode ser em razão de um hematoma, contusão, afundamento e o dano secundário pode ser após falta de oxigenação cerebral ou mesmo em decorrências das lesões cerebrais tardias.


É fundamental definirmos os grupos de risco, após um trauma. Em crianças que tiveram uma perda de consciência no momento do acidente deve ser feita uma tomografia de crânio.


O tratamento será realizado em razão do tipo de trauma, podendo ser clínico ou cirúrgico.


Dr. Ricardo Santos de Oliveira

@dr.ricardodeoliveira


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